Sintomas hemorrágicos

As hemorragias nasais são comuns. Qualquer um de nós pode ter uma hemorragia nasal, contudo as hemorragias nasais são mais frequentes nas crianças, nos idosos e durante a gravidez. A hemorragia pode ocorrer em apenas uma ou em ambas as narinas, ser ligeira ou abundante, e normalmente termina em poucos minutos. As hemorragias nasais normalmente não são graves, mas se a sua hemorragia durar mais do que alguns minutos, poderá ser sinal de uma condição clínica subjacente.

As hemorragias nasais têm origem em vários, minúsculos e delicados, vasos sanguíneos do nariz. Estes são facilmente danificados ao meter o dedo dentro do nariz, ao assoar o nariz com muita força ou se existirem pequenas feridas no nariz. As mudanças de temperatura e de humidade podem secar as mucosas do nariz, podendo também causar hemorragias. As hemorragias nasais são mais comuns nas crianças do que nos adultos e podem, muitas vezes, ser tratadas em casa.

A hemorragia também pode começar numa zona mais profunda do nariz. Estas hemorragias nasais podem ser mais graves e requerer uma consulta médica. As causas para este tipo de hemorragias nasais são as cirurgias, feridas no nariz ou na cabeça ou medicamentos que possam prevenir a formação de coágulos sanguíneos. As hemorragias no nariz excessivas podem também acontecer caso a coagulação do sangue não esteja a funcionar corretamente devido a um distúrbio hemorrágico, como por exemplo a hemofilia ou a doença de von Willebrand (DVW). De facto, as hemorragias nasais frequentes e prolongadas são um dos sintomas típicos da DVW.¹

As hemorragias orais normalmente ocorrem nas gengivas à volta dos dentes. No entanto, poderá também ter hemorragias na língua, lábios ou na bochecha, frequentemente causadas por acidente. As hemorragias nas gengivas podem também ocorrer devido à inflamação das gengivas, ou gengivite, uma forma comum e leve de doença gengival. Se tem gengivite, as suas gengivas podem estar inchadas, vermelhas e doridas. Estas podem sangrar após escovar os dentes, usar fio dental ou comer alimentos duros. A gengivite persistente afeta os seus hábitos alimentares, vida social e intimidade e, portanto, tem um grande impacto na sua qualidade de vida. Em pessoas saudáveis, as hemorragias após a escovagem ou o fio dental deveriam cessar em segundos. Contudo, se tiver a DvW, as suas gengivas poderão sangrar frequentemente e este processo poderá durar até 5 minutos ou mais. Para evitar a hemorragia gengival, recomendamos que escove os seus dentes por dois minutos, duas vezes ao dia. Ajudá-lo-á também o uso de uma pasta dentífrica com flúor para manter as gengivas e os dentes saudáveis e idas regulares ao dentista. Estas medidas reduzem a necessidade de cirurgia ou extração de dentes. Assim, recomendamos que consulte um dentista, no mínimo, duas vezes por ano. ¹

Os hematomas são uma reação da pele a pequenos traumas, como um acidente, uma queda ou um procedimento médico. O trauma danifica os vasos sanguíneos sob a pele e o sangue derrama para o tecido circundante. O sangue acumula-se sob a pele e forma um hematoma preto, roxo ou azul. À medida que o hematoma vai sendo reabsorvido, a cor muda para castanho ou amarelo antes de eventualmente desaparecer. ^1,2

A maior parte dos hematomas não são graves e desaparecem sem tratamento. Caso seja necessário, os hematomas podem ser tratados com medidas de primeiros socorros, nomeadamente aplicando gelo para reduzir o edema, elevar a área dorida acima do nível do coração, ou tomar medicamentos não sujeitos a receita médica, como o paracetamol.^2,3

Apesar de todas as pessoas já terem tido hematomas, algumas parecem ter tendência a tê-los mais facilmente e com maior frequência. Os hematomas podem por vezes ter origem na medicação, como por exemplo, em alguns casos o uso de analgésicos ou anticoagulantes, ou na falta de vitamina C ou vitamina K. Algumas condições clínicas podem também ser mais propensas a hematomas, incluindo os distúrbios hemorrágicos como a doença de von Willebrand (DVW). ² As pessoas com a DVW podem apresentar hematomas causados por pequenos inchaços ou ferimentos semanalmente ou diariamente, e geralmente apresentam também outro tipo de sintomas hemorrágicos, como por exemplo, hemorragias do nariz ou das gengivas.⁴

Por favor, contacte o seu médico, caso esteja a desenvolver hematomas sem razão aparente, ou tenha hemorragias nasais ou da gengiva regularmente, ou ainda caso algum dos seus familiares também faça hematomas com facilidade.

Uma ferida é uma lesão que afeta a integridade da pele. As pequenas feridas, como arranhões, esfoladelas e cortes são bastante comuns e normalmente não são graves. A hemorragia destas feridas para geralmente sozinha ou após a aplicação de um pouco de pressão, começando a cicatrizar em poucos dias. As pequenas feridas podem normalmente ser tratadas em casa. Quando se trata uma ferida, é importante mantê-la limpa e cobri-la com um penso adesivo ou compressa para prevenir infeções.^1-3

Algumas feridas podem necessitar de mais cuidados, nomeadamente aquelas que são mais profundas e aquelas em que a hemorragia não para ou que permanecem sujas após a limpeza. Estas feridas devem ser examinadas por uma enfermeira ou por um médico. Deve também consultar um médico caso a ferida não cicatrize totalmente, ou se existirem sinais de infeção tais como edema, dor, vermelhidão, ou apresentar pus.^1,2

Podem ocorrer hemorragias prolongadas em pequenas feridas se a coagulação sanguínea não estiver a funcionar corretamente devido a algum distúrbio hemorrágico, como a hemofilia ou a doença de von Willebrand (DVW). De facto, um dos sintomas típicos da DVW é, após ter feito um pequeno corte, uma hemorragia demorar mais de 10 minutos a parar. Outros sintomas comuns desta doença são as hemorragias nasais frequentes, hematomas fáceis e hemorragia menstrual abundante. ^4-6

Se estiver preocupado com o facto de estar a ter hemorragias devido a pequenos cortes ou feridas, ou outras hemorragia que tenha sofrido, faça o teste em VWDtest.com

Cerca de 1 em cada 4 mulheres apresentam sinais de menstruação abundante. A menstruação abundante não tratada pode levar a um défice de ferro, anemia e fadiga. Alguns estudos têm mostrado que a menstruação abundante pode também ser causa de ansiedade e de depressão, e afetar as relações sociais e sexuais das mulheres. ^1-3

Às vezes, a menstruação pode naturalmente ser mais abundante, por exemplo, no início, após a gravidez ou durante a menopausa. No entanto, se a hemorragia durar mais do que sete dias consecutivos, ou se for necessário mudar o penso higiénico ou tampão a cada 1 ou 2 horas durante a noite, é possível que tenha uma hemorragia menstrual abundante. Outros sinais de hemorragia menstrual abundante são a necessidade de usar dois tipos de produtos higiénicos ao mesmo tempo, ter hemorragias que passam para a roupa ou para os lençóis e coágulos sanguíneos grandes.²

Se estiver preocupada com o facto de estar a ter hemorragias menstruais abundantes ou prolongadas, por favor faça o teste para avaliar a sua menstruação.

Existem diferentes causas e tratamentos para a hemorragia menstrual abundante. As causas incluem desequilíbrio hormonal, medicamentos para a prevenção de coágulos do sangue, doenças que afetem o útero ou os ovários, e distúrbios hemorrágicos hereditários, como a doença de von Willebrand (DVW).³ De forma a encontrar a causa da sua hemorragia menstrual abundante, deverá consultar o seu médico e este ajudá-la-á a escolher o melhor tratamento.

Os investigadores descobriram que os distúrbios hemorrágicos podem estar subjacentes à menstruação abundante em cerca de 1 em cada 5 mulheres adultas. Apesar de a DVW ser o distúrbio hemorrágico hereditário mais comum, é muitas vezes desvalorizado como sendo a causa da menstruação abundante.⁴ Os medicamentos para o controlo das hemorragias menstruais abundantes em mulheres com a DVW podem não prevenir a hemorragia após um acidente ou durante uma cirurgia. Estas mulheres podem também sofrer de hemorragias excessivas durante a gravidez, assim com durante e no pós-parto. Assim, um diagnóstico e tratamento adequado são bastante importantes para reduzir o risco de hemorragia.^4,5

É expectável que possa haver uma pequena perda de sangue durante uma cirurgia, e é também usual haver uma pequena perda de sangue da incisão após a cirurgia . A hemorragia fica normalmente confinada à área cirúrgica e o seu médico poderá aplicar pressão, dar uns pontos ou fazer uma cauterização para parar a hemorragia. ¹

Em alguns casos, a perda de sangue durante ou após uma cirurgia é maior do que o expectável. Este tipo de hemorragia excessiva pode ter origem numa incisão ou ser interna. As hemorragias excessivas durante ou após uma cirurgia podem levar a complicações e em muitos casos requerem intensivas transfusões de sangue e hospitalizações prolongadas. ^2-4

Na maior parte dos casos, as hemorragias durante e no pós-operatório devem-se a lesões nos vasos sanguíneos ou noutros órgãos, ou a pontos cirúrgicos que abrem. A hemorragia pode também ser provocada por medicamentos, como a aspirina ou anticoagulantes. Por último, algumas condições de saúde, nomeadamente doenças renais ou do fígado, ou distúrbios hemorrágicos podem levar a perdas de sangue excessivas e prolongadas durante e após uma cirurgia.^2,5 O distúrbio hemorrágico hereditário mais comum é a doença de von Willebrand (DVW), que muitas vezes não é diagnosticada. Sem um tratamento adequado, as pessoas com a DVW não diagnosticadas correm um sério risco de hemorragia. As pessoas com a DVW não diagnosticadas têm frequentemente hemorragias prolongadas no pós-operatório, por exemplo, após a extração de um dente ou após uma amigdalectomia. À semelhança das hemorragias nasais e das gengivas frequentes, as hemorragias durante e após uma cirurgia são bastante comuns na DVW. ^6,7

As hemorragias no pós-operatório podem surgir imediatamente após a cirurgia ou dias depois da cirurgia, constituindo assim um risco de vida para a pessoa. Os sinais de hemorragia após uma cirurgia podem incluir desmaios ou falta de ar, ansiedade, confusão mental, ritmo cardíaco acelerado e urinar menos do que o normal. A hemorragia na área cirúrgica pode também ensopar a compressa que cobre a ferida. Caso apresente algum dos sintomas acima descritos, deverá consultar o seu médico de imediato.²

Sentir-se cansado, sobrecarregado ou exausto de tempos a tempos é normal. Normalmente, as causas são facilmente identificáveis, por exemplo, pode ser devido à falta de sono, muito stress ou exercício. A fadiga, por outro lado, significa que se sente constantemente cansado para fazer as atividades diárias sem qualquer razão aparente. Existem muitas razões para a fadiga. A fadiga pode ser provocada pelo seu estilo de vida, condições psicológicas, algumas doenças e alguns medicamentos.^1,2

Uma das causas físicas da fadiga é a anemia.¹ A anemia é uma condição bastante comum.³ Quando se tem anemia, o sangue não tem glóbulos vermelhos saudáveis suficientes para transportar o oxigénio dos pulmões para o resto do corpo. Sem oxigénio suficiente, as células não funcionam corretamente, fazendo com que se sinta cansado, com frio e com fraqueza.^4,5 Na maior parte dos casos, a anemia é provocada pela falta de ferro, que os glóbulos vermelhos necessitam para transportar o oxigénio. Caso não consuma ferro suficiente ou haja uma perda de sangue excessiva, poderá desenvolver-se uma anemia por défice de ferro. Inicialmente, uma anemia por défice de ferro pode ser tão ligeira que passa despercebida.

No entanto, à medida que o organismo se torna mais deficitário em ferro e a anemia agrava, os sinais e sintomas intensificam-se.^5,6 A anemia por défice de ferro é muito comum nas mulheres com hemorragias menstruais abundantes. A consecutiva perda de sangue diminui a quantidade de ferro no corpo resultando em anemia e fadiga.⁷ As hemorragias menstruais abundantes e a anemia associada são sintomas particularmente frequentes em mulheres com distúrbios hemorrágicos, tal como a doença de von Willebrand (DVW).⁸ Caso tenha hemorragias menstruais abundantes ou outro sintoma hemorrágico, como por exemplo hemorragias nasais ou das gengivas, faça o teste hemorrágico.

A maior parte dos casos de anemia são tratáveis. Muitas vezes para tratar a anemia por défice de ferro, será suficiente uma alteração na dieta ou a toma de suplementos à base de ferro. No entanto, se a causa da anemia for mais grave, o médico irá aconselhá-la sobre o melhor tratamento a seguir.³